segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

SENSAÇÃO DE REALIZAÇÃO...

Em uma sexta-feira, quente e chuvosa, foi realizada, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Ribeirão, a primeira noite de autógrafos do lançamento do livro Jonas Dante-Vigo. Cerca de setenta e cinco pessoas, entre familiares, amigos e amigos de amigos, compareceram para prestigiar a concretização de um projeto que levou pouco mais de dois anos para ser finalizado. 

Naquela noite especial, encontrei pessoas que sempre vejo, outras com quem tenho contato frequente mas que raramente encontro, pessoas com quem não tinha contato há anos e, até mesmo, algumas que nunca tinha visto. Todas elas, sem exceção, transpareciam enorme satisfação e alegria com minha nova carreira em potencial.

Curiosidade não faltou entre tantas perguntas que recebi, desde como tudo isso surgiu até questionamentos sobre quando vem o próximo livro. Cada conversa fluiu naturalmente e eu me sentia confortável em falar sobre o tema. Fica fácil responder a qualquer indagação, quando você está falando sobre algo que adora fazer. Fica fácil conversar, quando todos demonstram tamanha receptividade pelo seu trabalho. Fica mais fácil ainda sorrir, quando as pessoas que te rodeiam parecem estar ali para compartilhar e celebrar sua alegria por uma nova conquista.
 
A música na área externa do shopping contemplava um cenário próximo da perfeição, naquele evento tão sonhado e desejado. Impossível não lembrar dos momentos de baixa inspiração e produção, quando ouvi de um grande amigo que eu precisava me visualizar terminando o livro. E quando o livro estava próximo do fim, esse mesmo amigo me sugeriu visualizar o produto final, exposto na livraria, e minha noite de autógrafos. Antes me imaginava em outra livraria, pela qual também cultivo um grande apreço. Mas, desde que conheci a Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, coloquei na cabeça que lá era o local ideal para lançar meu livro. "É assim que desejo e assim realizar-se-á".
 
Sonho realizado, chega a hora de pensar no próximo passo. Uma noite em São Paulo já está sendo programada e em breve espero divulgar uma data. Mesmo correndo o risco de outro dilúvio, que na terra da garoa poderia significar um evento às moscas, a vontade de compartilhar minha alegria com tantos familiares e amigos que tenho na capital é muito maior do que qualquer possibilidade de fracasso. Principalmente após as boas críticas que o livro vem recebendo.

Uma leitora assídua disse: "Já li e adorei, todos devem ler! Não consegui parar de ler!". E assim como ela, outros leitores já estão lendo e aprovando a história sobre a vida de Jonas Dante-Vigo:

"Li seu livro e adorei, muito bom!"
"Já li e amei!
"Já estou me deliciando com a linda história de Jonas Dante-Vigo." 
"Muito bom o livro! To curtindo demais..."
"Leitura muito gostosa..."
"Deve ter dado trabalho para abordar vários temas. Os prognósticos também foram bem interessantes, isso tudo ainda misturado com o lado espiritual..."

Não me iludo, no entanto, com o fato de que não haverão leitores insatisfeitos ou críticas negativas, sejam elas construtivas ou não. Durante nossas vidas, creio que passamos por diferentes fases. Há momentos em que não concordamos com certas ideias ou atitudes, o que pode mudar com o passar dos anos, ora por amadurecimento, por adotarmos novos conceitos, evoluirmos ou pelo simples câmbio de prioridades. Um dia passamos a enxergar a vida de forma diferente, a dar mais ou menos importância para coisas ou experiências que antes valorizávamos ou não, para críticas que antes concordávamos ou não, muitas vezes passando a entender melhor o que realmente interessa. 

Muito similar a Jonas, sinto que a maioria das pessoas, que se dispôs a graciosamente ler sua história, está preparada para absorver as mensagens que são transmitidas através da personagem principal. E assim como fica mais fácil sorrir de volta para quem sorri a você e retribuir o carinho daqueles que, pessoalmente ou por mídias sociais, o parabenizam e desejam sucesso, fica muito mais fácil gostar de ler algo que condiz com o que pensamos, com a fase que vivemos. Satisfação maior ainda que compartilhar minha alegria com familiares e amigos, é ouvir alguém falar que gostou do livro, que compartilha das mesmas ideias, que concorda com as mensagens espirituais, ou até mesmo que aprendeu muito com Pilar.

Uma das pessoas mais queridas por mim, com quem já compartilhei inúmeros momentos de alegria, me perguntou outro dia qual foi a sensação de estar ali, autografando meu próprio livro. Pensei comigo mesmo que fosse responder: "sensação de realização". Mas logo me veio na cabeça uma resposta completamente diferente, que me pareceu traduzir melhor minha nova fase: "tive a sensação de que isso é só o começo"!


domingo, 23 de novembro de 2014

EQUILÍBRIO E REFLEXÃO

Ao sair do hospital, Jonas caminhava rumo ao metrô, observando tudo a sua volta e aceitando mais o fato de que ele era responsável pela pessoa que se tornou, independentemente das influências externas. Sabia que somente ele poderia decidir como agiria daqui em diante. Ninguém, a não ser ele, era culpado por suas atitudes e pelo seu jeito de ser, incluindo suas fugas e seus lapsos inconscientes de memória. 

A vida ainda o ajudava, mostrando sinais, proporcionando as oportunidades para que ele pudesse escolher qual caminho percorrer. Seus sonhos indicavam as circunstâncias que foram marcando sua personalidade e despertando nele indagações sobre seu convívio social. O que poderia ter sido diferente se ele tivesse reagido, e não fugido, nas vezes em que foi confrontado? 

Após uma parada no Café Mercatto para comprar um saboroso sanduíche de chorizo com queijo e tomates secos e um suco de laranja, Jonas seguiu rumo a Montjuic, onde esperava encontrar paz para apreciar a natureza e refletir. Ao chegar ao local que lhe pareceu mais apropriado, Jonas pôde relaxar e desfrutar do silêncio e da tranquilidade, para pensar em tudo o que estava acontecendo. Era muita informação nova, muitos conceitos desconhecidos. Jonas não entendia como levou tanto tempo para se descobrir. Ao mesmo tempo, ele sabia que sua nova jornada seria longa e que estava apenas começando. 

Jonas comia o sanduíche e pensava na conversa com Pilar, enquanto observava as crianças brincando em um gramado próximo. Veio nele um pensamento que sempre o acompanhava em sua infância – desejava ter tido um irmão. Era claro o quanto ele sempre foi carente de afeto, de companhia e que sua vida se resumiu a viver na solidão.  

Agora, antes que ele caísse em depressão, as palavras de Pilar lhe lembravam de que ele teve opções e que, se hoje ele não tinha um amigo com quem compartilhar suas alegrias e tristezas, era por sua própria culpa. Estava na hora de Jonas parar de julgar as pessoas e de afastá-las do seu convívio, incluindo seus pais, tios, primos, colegas de trabalho. Muita coisa tinha de mudar, desde seus conceitos e valores, até seus hábitos e manias. 

Sem planejar muito  que fazer, Jonas fechou seus olhos, enquanto mastigava o último pedaço do saboroso sanduíche de chorizo com queijo e tomates secos. Como se estivesse conectado com a natureza, Jonas ouvia o canto dos pássaros, o balançar das folhas, sentia o perfume das flores, o cheiro agradável da grama úmida. Sua audição e seu olfato estavam aguçados. Mesmo sem sua visão, ele podia enxergar uma luz brilhando na sua frente, cada vez de uma cor diferente. Branca, amarela, laranja, verde, prata, sempre clara e brilhante. 

Assim como planejava Pilar, quando o aconselhou a procurar um lugar tranquilo, ele agora se encontrava em um estado de consciência pura, livre de interferências. As luzes que enxergava nada mais eram que energias revigorantes, que o envolviam e lhe transmitiam um bem-estar nunca antes por ele experimentado. Tudo contribuía para esse estado pleno de equilíbrio e reflexão.  

Sua produção de energia estava a todo vapor, desde o primeiro momento em que conheceu Pilar, quando, gentilmente, a resgatou na saída de estação. E, para que nada disso fosse em vão, Jonas teria de fazer novas escolhas, procurar novos caminhos que o levariam à evolução. Como executar tudo o que lhe foi passado? Qual seria o próximo passo para que ele pudesse se encontrar, em sua verdadeira essência, harmonizando o consciente e o inconsciente em uma só frequência?

trecho da obra Jonas Dante-Vigo - lançamento em dezembro/2014 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

VOCÊ TEM O DIREITO DE ERRAR

Quando pensava no que escrever para meu novo post, cheguei a conclusão que deveria falar sobre terceirização. Foi tiro e queda. Eu já sabia exatamente qual seria minha abordagem sobre o tema, para falar da dificuldade que muitos de nós têm em assumir nossas responsabilidades e as consequências de nossas atitudes. O que eu não contava era com a enorme dificuldade em colocar tudo no papel (ou melhor, na tela). Foram dias malsucedidos, tentando esboçar algo que me agradasse, até que finalmente encontrei a conexão que procurava, em duas músicas - uma que tocava incessantemente na minha cabeça e outra que costumo ouvir no carro.

Em Right to be wrong, Joss Stone expressa o direito que temos de errar. Em um dos versos, a cantora de soul inglesa praticamente susurra, com a bela voz que Deus lhe deu: “Meus erros me farão uma pessoa forte”. Em Tempo perdido, uma entre tantas músicas brilhantes da banda Legião Urbana, o poeta Renato Russo diz: “Todos os dias, antes de dormir, lembro e esqueço como foi o dia”. Não sei se você já enxergou a conexão ou se eu exagerei na dose de minha imaginação, mas para mim, os trechos destacados de cada uma das canções, de certa forma, se completam.

A começar pelo direito de errar. A sociedade muitas vezes nos impõe conceitos que carregamos sem questionar. Esses conceitos criam bloqueios que ficam gravados em nosso inconsciente. Desde nossa infância, nossos tempos de escola, convivemos com a ideia de que se errarmos, podemos virar motivo de chacota. Se todo mundo acerta, por que você vai errar? Esse bloqueio, que pode aumentar ou até mesmo ser eliminado ao longo de nossas vidas, nos priva de nossa verdadeira liberdade, provocando nas pessoas uma forte resistência em assumir erros. Mais difícil que assumir é aceitar que erramos e entender o porquê de tal ato falho.

Aí que entra o Tempo perdido. E se todos os dias, antes de dormir, lembrássemos como foi o dia? E se ao invés de esquecermos, pudéssemos analisar e identificar onde erramos, para aprendermos mais com nossos erros e nos tornarmos pessoas mais fortes? Não seria essa nossa missão na Terra – aprender com nossas limitações e evoluir?

Sei que a vida não é um mar de rosas. Já ouvi falar também que a vida é um grande aprendizado. E não é segredo pra ninguém que nem tudo sai como planejamos. Esquecemos de pegar aquela sacola antes de sair de casa. Perdemos a hora e chegamos atrasados na escola ou naquela reunião. Não conseguimos encontrar aquele tão desejado emprego. Fracassamos na incumbência que nos foi dada. Deixamos aquele amigo tão importante na mão. Somos escorraçados se deixamos um prato cair, entre tantos que precisamos carregar ao mesmo tempo. E o que fazemos? 

Aí que entra a terceirização. O termo em questão já é muito conhecido no meio empresarial. Terceirização nada mais é que a prática de repassar a terceiros uma atividade da empresa, seja esta na linha de produção, manutenção, nas áreas financeira, contábil, jurídica, marketing, operações, recursos humanos, entre outras. Hoje em dia, é muito comum que empresas de grande, médio, ou até mesmo pequeno porte, optem por terceirizar certas atividades, com o intuito de reduzir custos ou simplesmente para não terem o trabalho de recrutar, treinar e capacitar profissionais, para uma atividade que não tem a ver com o principal negócio da empresa.

Tem muita gente que, assim como as empresas, terceiriza tudo que possa ser mais complicado de encarar ou que possa custar mais caro de assumir, pelo menos aos seus próprios olhos. Terceirizam seus erros, suas culpas, suas lições. É muito mais fácil encontrar desculpas que soluções. Culpamos o telefone que tocou quando estávamos com a sacola na mão, quase fechando a porta de casa, o trânsito, a superproteção de nossos pais, nossos filhos, outros departamentos, ou até mesmo outro amigo. Somos fracos ao buscarmos nos outros a causa por nossos atos falhos ou por influências que nos induziram ao erro. E há quem ainda se julgue esperto.

Além de tudo isso, antes de dormir ainda terceirizamos nossos sonhos, pois é mais fácil também pedirmos a entidades maiores por aquilo que almejamos, do que fazermos nós mesmos. Será que nossos pedidos serão atendidos? Não seria mais fácil e mais digno buscarmos o que queremos com força e determinação? Simples assim. Se você quer, faça. Se precisar, recomece.

Em outro verso de sua música, Joss Stone diz que está em uma missão. Tal qual como ela, acredito também estar em uma missão e sei que tenho o direito de errar, ao longo do caminho. É minha escolha poder aprender com meus erros, aceitar minhas limitações, me manter positivo e buscar eu mesmo ir atrás daquilo que desejo. E todos os dias antes de dormir, poderei lembrar como foi o dia e pensar em como ser uma pessoa melhor, pedindo a entidades maiores que iluminem meu caminho e não ofusquem minha visão, para eu tomar minhas decisões da melhor maneira possível e me tornar tudo o que eu posso ser.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

UM MIX DE SENSAÇÕES...

Naquela sexta-feira, após tomar o café da manhã, Jonas seguiu para o escritório, como de rotina. Ao dobrar a esquina, observou um carro modelo Ibiza, não muito antigo, parado em um cruzamento. Seu motorista estava com uma fisionomia desesperada, tentando, de todas as formas, dar a partida no veículo, enquanto uma fila de carros se formava atrás. Motoristas enfurecidos, buzinando sem parar, proferiam ofensas múltiplas ao motorista do Ibiza. 

Jonas surpreendeu-se ao perceber que estava diminuindo os passos para analisar melhor a situação. Espantou-se mais ainda quando seu inconsciente começou a trabalhar, despertando nele uma indignação repugnante em relação às pessoas que nada faziam, além de uma vontade incontrolável de ajudar o motorista desesperado. Jonas, sem pensar nem mais um segundo, colocou sua pasta de lado e começou a empurrar o Ibiza sozinho.  

Ao observá-lo pelo espelho retrovisor, o motorista abriu um largo sorriso. Virou a direção no sentido da calçada para estacionar o veículo e liberar a passagem para os estressados catalães, que nada mais faziam a não ser desferir seguidos palavrões e insultos. Tudo foi muito rápido, mas para o motorista foi uma eternidade, e para Jonas um momento único que mudaria, para sempre, sua vida...
 
O fato de Jonas tomar uma decisão de impulso, e ajudar alguém que necessitava, era uma exceção que fugia à regra. Ele ainda não entendia o que havia acontecido, mas não se esquecia do sentimento de leveza, felicidade e satisfação que experienciou durante o incidente. Foi um mix de sensações. Liberdade, independência, segurança... Tudo proporcionado em questão de segundos. Tudo era novo e ele sabia que não era mais o mesmo... 

trecho da obra Jonas Dante-Vigo - lançamento em dezembro/2014